Eventualmente, o momento de voltar para casa com o bebê nos braços chega. Contudo, é também um momento de apreensão para todos os pais, de primeira viagem ou não, com relação aos cuidados com o recém-nascido.
Em contrapartida, essa questão não é um bicho de sete cabeças. Pensando nisso, vamos ajudar a desmistificar os principais assuntos que merecem atenção nos primeiros dias de vida. Continue lendo este post para conferir!
Como cuidar do bebê nos primeiros dias de vida?
Os primeiros 28 dias de vida, em síntese, é quando o bebê ainda é considerado recém-nascido, são os mais sensíveis. Tanta fragilidade faz com que mães e pais estejam ainda mais preocupados com a saúde dos pequenos. Por isso, o primeiro passo para aprender a cuidar do bebê nos primeiros dias de vida é estar atento ao momento correto para cada etapa desse cuidado.
Antes de mais nada, é importante transmitir afeto à criança. Fazer com que o bebê se sinta acolhido e protegido é uma das coisas mais importantes e isso deve ser feito desde os primeiros dias de vida.
Não tenha medo de pegá-lo no colo e de transmitir carinho em cada gesto. Converse, cante e brinque com o seu bebê. Através do contato físico e dos gestos de carinho é que as conexões se fortalecem já nos primeiros momentos.
Ademais, para os pais de primeira viagem, é importante reforçar: não tenham medo de errar nem de pedir ajuda quando for necessário.
Exames do recém-nascido
Primeiramente, os primeiros exames do recém-nascido são, na verdade, testes para a identificação precoce de algumas doenças. Eles devem ser realizados nos primeiros dias de vida do bebê e variam de acordo com o tipo de exame.
Fique atento. É fundamental que o seu bebê faça os seguintes exames nos primeiros dias de vida:
- Teste do olhinho – Também chamado de pesquisa do reflexo vermelho, ele serve para identificar sinais de doenças como glaucoma de nascença, tumores intraoculares e catarata infantil. Feito na maternidade antes da alta.
- Teste do coraçãozinho – A oximetria de pulso é um exame rápido, que tem o objetivo de indicar se o bebê apresenta alguma doença cardíaca grave. Ele deve ser realizado entre 24 horas e 48 horas de vida do recém-nascido.
- Teste da orelhinha – A triagem auditiva é um teste para avaliar se há alguma perda na função auditiva do bebê. Precisa ser realizado quando o bebê ainda estiver na maternidade, ou seja, logo após o nascimento. Caso não seja feito, até por volta de 6 meses de vida é possível realizá-lo.
- Teste da linguinha – O mais recente entre os testes obrigatórios tem o objetivo de detectar se há alterações em uma membrana chamada frênulo, localizada na língua. Essas alterações podem causar a popular “língua presa”, entre outros problemas de sucção e mastigação. O exame deve ser realizado o mais cedo possível, ainda na maternidade ou, de preferência, no primeiro mês de vida. O exame é rápido, sem contraindicações e essencial para a qualidade de vida do bebê. Feito precocemente, fornece possibilidades de intervenções e tratamentos precoces, quando necessário.
- Teste do pezinho – Além de identificar o tipo sanguíneo da criança, o teste do pezinho pode ajudar no diagnóstico precoce de inúmeras doenças. A fenilcetonúria, as hemoglobinopatias e a fibrose cística são algumas delas. Se feito entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, ele é mais eficaz.
Vacinação
Manter a vacinação em dia é uma das formas mais importantes de cuidados com o recém-nascido. Com as vacinas, o organismo produz anticorpos contra diversas doenças que podem causar danos à saúde do bebê. As primeiras doses ministradas devem ser contra hepatite B e contra tuberculose.
Na caderneta de saúde da criança, é possível conferir o Calendário Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde e se atualizar a respeito das demais vacinas a serem aplicadas. A Sociedade Brasileira de Pediatria também fornece um calendário. Converse com o pediatra sobre algumas diferenças entre eles.
Amamentação
Além de ser uma demonstração de amor, a amamentação também é um ato de cuidado com o recém-nascido. Isso porque o leite materno é um alimento completo, que fornece anticorpos essenciais para prevenir o bebê de doenças.
Essa riqueza de nutrientes faz com que o leite materno seja o único alimento necessário para o bebê até os 6 meses de vida. Depois dessa fase, outros itens podem ser incluídos aos poucos. Mas, até os 2 anos de idade, é ideal que ele continue sendo amamentado.
A saúde da mamãe também é beneficiada, pois, além de ajudar na recuperação do útero no pós-parto, o ato de amamentar diminui o risco de anemia, diabetes, câncer de mama e ovários. Fora os benefícios para a saúde, a amamentação é um momento de contato íntimo entre mãe e filho.
Nos primeiros meses, o bebê normalmente ainda não tem um horário fixo para mamar: ofereça o seio sempre que ele quiser. Com o tempo, ele vai desenvolver uma rotina de horário para as mamadas.
Moleira
A moleira é a área mais mole da cabeça do bebê recém-nascido. Ela fica no topo e na parte de trás da cabeça, na área onde os ossos do crânio se encontram.
A função da moleira é permitir que a cabeça do bebê se adapte ao canal do parto e que o cérebro cresça. Por isso, é importante acompanhar o fechamento dela durante as primeiras consultas do bebê. O fechamento precoce levará a alterações no formato da cabeça e no crescimento do cérebro. Normalmente o fechamento ocorre entre 9 e 18 meses.
O banho
O banho é um dos cuidados com o recém-nascido que requer mais atenção. Isso porque o contato do bebê com a água em temperatura inadequada, correntes de ar ou outros elementos inapropriados pode prejudicar a sua saúde.
Antes de começar o banho, é importante verificar se portas e janelas estão fechadas para evitar as correntes de ar. A água deve estar em temperatura morna, entre 35˚C e 36˚C. Antes de colocar o bebê na água, confira a temperatura.
Mantenha todos os itens necessários por perto – sabonete infantil, toalha, algodão, fralda e roupas – e, após terminar, enxugue o bebê rapidamente. Lembre-se de secar as dobrinhas e o umbigo.
O banho pode ser diário, no momento mais conveniente para a família. O ideal é que ele não dure mais do que 10 minutos para que a água não esfrie e o bebê não fique cansado.
Os bebês costumam relaxar quando estão na banheira e dormem bem após o banho. Por esse motivo, alguns pais preferem dar o banho à noite para favorecer o sono da criança.
Trocas de fralda
A troca de fralda deve acontecer com frequência, sempre que estiver suja ou molhada. A higiene do bebê deve ser feita com pano ou algodão úmido, de maneira suave e simples para evitar qualquer irritação na pele. Não é necessário usar talco depois da troca de fralda.
Muito importante: nunca se afaste do bebê e mantenha sempre uma mão em cima dele, de modo a evitar quedas.
Cuidados com o coto umbilical
O coto umbilical é um resquício de pele do cordão umbilical que fica durante as primeiras semanas de vida. Um dos cuidados com o recém-nascido é fazer a limpeza correta dessa pele para que ela caia sem problemas.
A higienização da região do umbigo deve ser feita com álcool 70%, expondo o coto até que a substância evapore. Após limpá-lo, é importante envolvê-lo com uma gaze limpa e seca. Não é indicado colocar qualquer outro tipo de coisa em cima do umbigo – como faixas ou moedas.
Igualmente, é importante garantir que o coto umbilical esteja sempre limpo e seco. Em caso de sinais que possam representar infecções, como pus ou vermelhidão, é preciso fazer uma avaliação com o pediatra.
Primordialmente, higienize as mãos antes e depois de manipular o coto umbilical. Após a queda do coto, os cuidados devem ser mantidos até a completa cicatrização.
Banho de sol
A exposição direta ao sol não é indicada até os 6 seis meses de vida, bem como o uso do protetor solar. Para que o bebê seja exposto a ambientes externos, é preciso utilizar guarda-sóis, chapéus, roupas, além de ter uma sombra de proteção.
Depois dessa idade, é permitido expor o bebê ao sol, com cautela. A regra é a mesma dos adultos: a exposição solar ideal é feita antes das 10 horas e depois das 16 horas, período em que a radiação ultravioleta é menor.
O protetor solar pode ser usado e deve ser passado pelo menos 20 minutos antes da exposição solar e reaplicado a cada duas horas ou após entrar na água.
Cuidados durante o sono
Os cuidados com o recém-nascido durante o sono são importantíssimos para que ele durma tranquilo e seguro. As principais recomendações são: evitar que o bebê durma de bruços; garantir que cobertores não cubram nem a boca nem o nariz dele; e optar por roupas quentes para agasalhá-lo.
Protetores de berço, almofadas e bichos de pelúcia não devem ficar no berço do recém-nascido. Além disso, é importante garantir que o colchão não deixe vãos laterais no berço e que seja firme. E, por falar em segurança, um alerta aos pais: dormir com outras pessoas na cama, nem pensar. Isso oferece inúmeros riscos ao seu bebê.
Por fim, vale ressaltar que um ambiente agradável para o soninho do pequeno também faz toda a diferença. Um local quieto, tranquilo e arejado garante um sono tranquilo e sem sustos.
Importante: não deixe sua criança sozinha:
- sobre o trocador (mesa, cômoda);
- na sua cama (ou qualquer outra);
- no banho;
- em casa ou sob os cuidados de outra criança.
Como aliviar as cólicas
As cólicas em recém-nascidos são mais comuns do que se pensa. Isso porque o sistema gastrointestinal e o sistema nervoso central, que, entre outras funções, controlam as contrações do intestino, ainda estão em desenvolvimento. Esses movimentos, ainda descoordenados, provocam dores na região.
A boa notícia é que a tendência natural é que elas diminuam após os três primeiros meses de vida. Mas, para aliviar as dores, existem diversos cuidados com o recém-nascido para aliviar a cólica:
- Pegar o bebê no colo (pode tentar o contato direto da barriga do bebê com a barriga da mãe).
- Enrolar o bebê em uma manta ou cobertor.
- Flexionar as coxas do bebê sobre a barriga.
- Fazer massagens circulares na barriga.
- Dar um banho morno ou aplicar compressas mornas na barriga.
- Reduzir estímulos para o bebê (evitar locais com muito barulho ou excesso de pessoas).
- Procurar um ambiente tranquilo; se quiser, pode colocar uma música ambiente suave.
- Tentar estabelecer uma rotina para banho, sono, passeio e outras atividades.
- O principal sintoma da cólica no bebê recém-nascido é o choro inconsolável. Mas, para que seja confirmada, é preciso descartar outros fatores que podem gerar incômodo no pequeno. Frio, calor, fraldas que necessitam de troca e fome são alguns deles.
Afinal, quando o bebê não para de chorar quando “resolve” as outras demandas, é um sinal de que a causa pode ser cólica. Se essa situação permanecer. E, independentemente de qualquer coisa, o ideal é seguir as recomendações do pediatra, que sabe o que é melhor para a saúde do seu bebê.
Consulta de puericultura
Além de todos os cuidados com o recém nascido, o acompanhamento de puericultura também deve ser feito. Ele é essencial para avaliar como anda o crescimento e o desenvolvimento do bebê. É um momento que também serve para tirar dúvidas e receber orientações sobre a saúde do seu filho.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as consultas devem acontecer:
- no quinto dia de vida;
- mensalmente até os 6 meses de vida;
- de três em três meses, dos 6 meses até os 18 meses de vida;
- uma vez por ano, a partir dos 2 anos de idade.
Procure tornar o ambiente da criança mais saudável
Sobretudo neste momento de pandemia, é importante proporcionar um ambiente saudável para o bebê. Por isso, é essencial se atentar a alguns fatores.
Outrossim, caso se sinta à vontade para receber visitas, garanta que todos lavem as mãos imediatamente antes de tocar o bebê. A mesma regra vale para os pais. Mas lembre-se: os médicos não recomendam a presença de visitas nos primeiros 30 dias de vida.
Garanta que os visitantes não tenham sintomas de gripe ou de Covid-19, e que as visitas sejam curtas, em torno de 15 minutos.
- Evite levar o bebê a lugares movimentados e barulhentos. Durante os primeiros meses, a tranquilidade é fundamental para o desenvolvimento do bebê.
- Evite o contato do bebê com fumaça, seja de cigarro, seja de outros poluentes.
- Deixe as janelas abertas para arejar a casa. Evite usar produtos de limpeza com cheiro muito forte.
Como estimular o desenvolvimento do bebê?
Salvo que, conversar e brincar com o bebê desde o nascimento é uma ótima forma de estimular o seu desenvolvimento. É interessante também acompanhar os marcos do desenvolvimento e anotar cada vez que ele apresente novas capacidades –como sorrir, balbuciar e sentar.
Ao identificar sinais de que esse desenvolvimento não está adequado, o recomendável é conversar com o pediatra. Só ele pode orientar e tranquilizar os pais.
Existem muitas formas de incentivar o pequeno a se desenvolver. Utilize o afeto, o carinho e uma linguagem acolhedora durante essas interações. Com os devidos cuidados com o recém-nascido, pois ele se sentirá protegido e pronto para cada nova etapa.
Fonte: Unimed BH