As principais dicas sobre Os impactos do contato com a tecnologia na infância
Um novo estudo, realizado pela pesquisadora Anna V. Sosa e publicado em 2016 no periódico JAMA Pediatrics, associa a relação direta entre a hiperexposição aos brinquedos eletrônicos, como tablets, jogos de celular e computadores, a atrasos de aprendizado e linguagem.
A partir da observação das formas de brincar da criança e dos níveis de interação com os pais, a pesquisa investiga como a relação entre esses dois elementos influenciam a aquisição de linguagem da criança. O estudo aponta que o ambiente de linguagem em que a criança está inserida na primeira infância pode influenciar a aquisição da sua fala, além de afetar a leitura e o futuro sucesso acadêmico. A pesquisa foi realizada em 2016, com 26 famílias e bebês de 10 a 18 meses.
Os pesquisadores concluem que a interação com brinquedos eletrônicos esteve associada a redução na qualidade e quantidade de linguagem recebida pela criança, quando comparados com livros e brinquedos tradicionais. Por esse motivo, o estudo conclui que não recomendável incentivar o contato com jogos eletrônicos no momento em que a criança está desenvolvendo a linguagem. O texto ressalta também a importância do incentivo à leitura nesta fase do desenvolvimento da criança. “Os pais devem ser encorajados a ler para seus filhos e engajá-los em atividades que proporcionem interações reais entre pais e filhos”.
A atenção ainda para o bombardeio excessivo de publicidade dirigida não só às crianças mas também aos pais, que podem ser facilmente iludidos por brinquedos autointitulados educativos que prometem incrementar o desenvolvimento.
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Confira um resumo dos principais resultados alcançados:
Para promover o desenvolvimento da linguagem, os pais podem investir tempo para ler para os filhos e brincar junto, olho no olho. Brincar com livros ou brinquedos tradicionais é melhor do que brincar com eletrônicos, no sentido de promover um nível qualitativo de comunicação entre pais e filhos. Quando estão brincando com brinquedos eletrônicos, as crianças vocalizam menos, quando comparado ao modo que elas verbalizam e interagem quando estão em contato com brinquedos tradicionais.
Os impactos do contato com a tecnologia na primeira infância são diversos e variam de criança para criança e, principalmente, de contexto para contexto. A recomendação é que nenhum contato seja permitido até os 2 anos, principalmente durante as refeições ou antes de dormir.
Inserimos nossas crianças num fluxo vertiginoso de modelamento social, para num futuro serem vitoriosas na geração de produtos e consumo. Com isso, reprimimos o que elas têm de mais valioso no humano, aquilo do qual elas são as principais depositárias: a poderosa e plástica capacidade de imaginar. Dessa faculdade plástica e anímica é que brota a verdadeira inteligência. Esse é o lugar onde se adubam os valores, onde se constrói a ética pela apreensão estética.
Portanto, excessos de um modo geral obstruem o delicado fluxo imaginador que se espraia da criança para o mundo como uma fragrância, uma brisa, uma suspensão vaporosa que toca-o, enlaça-o buscando contato com ele, enraizamento nele, almejando a integridade dele. Assim, é possível nascer um dizer autêntico advindo de sua própria busca, de seu próprio interesse, de suas próprias afinidades.
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As crianças se desenvolvem a partir de suas interações em diferentes ambientes e grupos, como sua casa, sua família, a escola, os colegas e a vizinhança. São também impactadas por contextos que influenciam sua vida, como o trabalho dos pais ou as empresas e serviços próximos de sua casa. Crescem dentro de uma sociedade que cultiva determinados valores e crenças e que se organiza de uma forma própria.
O ambiente em que a criança vive é que vai fornecer a ela os elementos para seu desenvolvimento e, portanto, é impossível entender as pessoas sem entender o ambiente onde vivem. A natureza fornece à criança uma imensa riqueza de estímulos à imaginação, aos sentidos e à sua capacidade de interagir. É quando um galho vira uma espada ninja, uma folha boiando vira um barquinho ou a árvore vira uma cabana. É durante esse processo de interagir com a natureza usando todos os sentidos tato, olfato, visão, audição e até paladar , explorá-la, imaginar-se através dela, criar e recriar com seus elementos que nós, seres humanos, estabelecemos na infância uma relação de empatia e afeto pelos demais seres vivos.
Mesmo com todas as dificuldades que a vida urbana oferece e mesmo com a competição desleal do consumismo e dos eletrônicos, devolver à criança o direito ao brincar livre na natureza é possível. Mais do que possível necessário, para que possam desenvolver-se integralmente e estabelecer empatia com o meio ambiente, desejando cuidar e preservar o planeta para si e para as gerações futuras.
Fonte: Catraca Livre