A demanda por acompanhamento psicológico em tempos de pandemia tem sido crescente, já que a rotina de toda a sociedade sofreu mudanças significativas no atual cenário de distanciamento social. Para que esse momento seja o menos intenso possível, os cuidados com o bem-estar mental devem ser priorizados, já que essa atenção é imprescindível para propiciar conforto e tranquilidade. Nesse processo, além da atenção ao ambiente familiar, é fundamental que as empresas se comprometam a desenvolver e manter políticas para garantir a sensação de segurança aos seus colaboradores, seja os que estão em regime home office ou que se deslocam diariamente à sede do trabalho.
Giovanna Costa, psicóloga do Grupo Med Imagem, pontua que é importante haver empatia nesse cenário, assim como entender as emoções e ansiedade causadas pela pandemia mundial. “O primeiro passo é a aceitação da ansiedade. Nossa vida foi revirada e toda situação que nos é colocada numa forma de perigo, nosso corpo vai reagir. As emoções são reações do nosso organismo frente a essas situações. Não controlamos como vamos reagir, apenas as sensações que as emoções trazem ao nosso corpo, como a falta de ar ou os pensamentos. Ficar ansioso, ter medo nesse momento, é algo normal, porque foi tirado nossa rotina e os planos para este ano”, destaca.
Tão importante quanto buscar mecanismos para lidar com a ansiedade no ambiente familiar, é pensar na saúde mental dos funcionários. Para quem trabalha no regime home office, a principal dica é estabelecer uma rotina que garante orientação, tranquilidade, bem como a sensação de normalidade. Nessa equação, Giovanna Costa também reforça que a atuação dos gestores precisa ser empática.
“Quando não se percebe o adoecimento do outro, não tem como gerenciar os colaboradores de forma positiva. As pessoas que saem de casa porque seu trabalho é considerado um serviço essencial lidam diretamente com o medo. Precisa haver uma conversa mais próxima, de colocar a empresa no lugar de apoiadora. Que os colaboradores saibam que são vistos e entendimentos pela gestão. Quem está em home office também precisou passar por uma organização. A rotina da família mudou, podem não ter um ambiente adequado. Então, a palavra para gestores e colaboradores é empatia. Conseguir se colocar no lugar do outro e ter um olhar mais gentil. Se a empresa tem a preocupação de gerenciar, me proteger, colocar toda essa redoma de auxílio, cabe a mim assumir a minha responsabilidade dentro da empresa também, porque é uma via de mão dupla”, pontua a psicóloga.
Frente ao cenário de pandemia, é necessário reorganização para dar continuidade aos atendimentos aos clientes, seja na área de psicologia ou nutrição, por exemplo, que permitem consultas on-line. Essa é também uma forma de adaptação que toda a sociedade, profissionais e pacientes têm passado para manter uma saúde mental, já que o retorno às atividades no cenário pós-pandemia será gradativo. “Alguns pacientes vão preferir a forma convencional de consulta, mas muita gente vai querer manter esse teleatendimento. Para nós, profissionais, de uma forma geral, é muito interessante essa adaptação, porque quando tudo passar, isso vai ficar”, externa a psicóloga Giovanna Costa.
Mais do que nunca, a principal preocupação é dar suporte à sociedade frente ao atual cenário, seja por meio da telemedicina ou pelo uso das demais ferramentas que funcionam para garantir o conforto e bem-estar físico e mental.
Fonte: G1